sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

AASP Brasil reúne-se com colegas da Defensoria Pública de São Paulo




No dia 28 de janeiro, nas dependências da AASPTJ-SP, reuniram-se membros da Diretoria da AASP Brasil com representantes de assistentes sociais, psicólogos e demais servidores da Defensoria Pública de São Paulo para troca de experiências e informações sobre os principais desafios enfrentados por esses profissionais em seu cotidiano de trabalho e também quanto à sua organização.

Estiveram presentes pela AASP Brasil: Elisabete Borgianni (assistente social do TJ-SP), Ângela Aparecida dos Santos (psicóloga da Fundação Casa), Cintia Silva (assistente social do Ministério Público) e Maria Helena Correa (assistente social do TJ-SP). Pela Defensoria compareceram à importante reunião, a Oficiala de Defensoria, Érica Meireles de Oliveira, presidente da Associação dos Servidores e Servidoras da Defensoria Pública de São Paulo, a psicóloga Elisabete Freire Magalhães e a assistente social  Melina Miranda.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

FECCOMPAR: NOTA OFICIAL SOBRE A TRANSFERÊNCIA DAS UNIDADES PENITENCIÁRIAS DO PARANÁ PARA GESTÃO DA SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA



A Federação dos Conselhos da Comunidade do Estado do Paraná – FECCOMPAR é uma entidade que tem como missão congregar, fortalecer, representar e defender os interesses dos Conselhos da Comunidade do Estado do Paraná. O Conselho da Comunidade é um órgão da execução penal, previsto no artigo 80 da Lei de Execução Penal, tendo como missão visitar os estabelecimentos penais, entrevistas presos, apresentar relatórios mensais ao Juiz da Execução e ao Conselho Penitenciário, bem como tomar providências para a prestação de uma melhor assistência aos presos.

A entidade posiciona-se vigorosamente contrária à transferência da secretaria responsável pela gestão das unidades penitenciárias paranaenses, da Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos para a Secretaria de Estado da Segurança Pública.

É sabido que o sistema penitenciário do Estado encontra-se em crise, que se revela nas 24 (vinte e quatro) ocorrências graves havidas nas unidades penitenciárias nos últimos 12 meses, entre rebeliões e motins. Não se desconhece também que tais ocorrências tiveram como causa, entre outras, uma precarização das condições de trabalho do pessoal penitenciário e do atendimento aos direitos mais elementares das pessoas privadas de liberdade, como a alimentação na quantidade e qualidade necessárias, o atendimento à saúde, assistência jurídica e o direito a trabalhar e estudar durante o cumprimento da pena.

Em nosso entendimento, a transferência da gestão das penitenciárias para a Secretaria de Estado da Segurança Pública será um grave retrocesso histórico, tendente a agravar os problemas atuais do sistema penitenciário estadual. Primeiro porque violará o princípio segundo o qual quem prende não deve custodiar, em virtude do conflito de interesses: não se garante direitos e nem se promove a reintegração social de “inimigo natural”.

Por outro lado, há que se ter em mente que a execução penal deve mirar o futuro, as condições em que a pena será cumprida, as perspectivas que terá o egresso de retomar sua vida fora da criminalidade. E esse futuro estará em jogo se as autoridades responsáveis pela custódia dos presos forem “as mesmas” que se encarregaram da sua prisão: a lógica da repressão e do aniquilamento do “inimigo” irá prevalecer à obrigação do Estado de custodiar os presos respeitando os direitos que a Lei lhes assegura e lhes garantindo condições para sua reintegração social.

Preocupa também o caráter unilateral e antidemocrático da decisão, na medida em que não foram ouvidos os demais órgãos da execução penal e que não se abriu um debate com as demais instituições que atuam nesse campo, governamentais e não governamentais.




Ao invés de transferir a gestão dos presos para uma Secretaria encarregada da repressão à criminalidade e do policiamento ostensivo, onde será possível que policiais civis e militares venham a tornarem-se diretores de penitenciária e na qual a lógica da persecução criminal e da repressão regerá a execução da pena, defendemos a criação de uma Secretaria de Estado de Assuntos Penitenciários, que conte no mínimo com duas Coordenações de Área: uma encarregada dos programas e projetos relativos à execução da pena em regime fechado e outra com o encargo de responder pelos projetos e programas ligados ao cumprimento das penas em meio aberto, das alternativas penais, da assistência aos egressos e seus familiares, da participação da sociedade na execução penal, entre outros.

Irati, 06 de dezembro de 2014


A Diretoria da FECCOMPAR

Maria Helena Orreda                                                 
Rafael Luis Nadaline
Reneudo de Albuquerque                                         
Marco Antonio da Rocha
Leoni Desplanches                                         
Marilda Thomé Paviani


CARTA DE FOZ DO IGUAÇU




Foz do Iguaçu, 24 a 27 novembro  de 2014

Os participantes dos eventos simultâneos III ENCONTRO DE CONSELHOS DA COMUNIDADE DA REGIÃO SUL, III ENCONTRO ESTADUAL DE CONSELHOS DA COMUNIDADE DO ESTADO DO PARANÁ, II CAPACITAÇÃO ESTADUAL DOS CONSELHOS DA COMUNIDADE DO ESTADO DO PARANÁ, III ENCONTRO DE RESSOCIALIZAÇÃO DA COMARCA DE FOZ DO IGUAÇU, representantes de Conselhos da Comunidade das Comarcas de Almirante Tamandaré, Colombo, Curitiba, Fazenda Rio Grande, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Guaratuba, Irati, Ivaiporã, Mamborê, Mandaguari, Marialva, Matinhos, Medianeira, Palmeira, Pinhais, Prudentópolis, Realeza, Rio Negro, Santo Antonio do Sudoeste, Arapongas, Palotina, Sarandi, Jaguariaíva, Santa Helena, São José dos Pinhais, Antonina, Assis Chateaubriand, Campo Largo, Cascavel, Lapa, Dois Vizinhos, Laranjeiras do Sul, Ponta Grossa, Toledo, Umuarama, Palmital, Morretes, Pérola, Castro, Chopinzinho e Astorga  e ainda convidados especiais do Estado de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Rondônia, reunidos entre os dias 24 a 27 de novembro de 2014, no Auditório do Hotel Bella Itália, em Foz do Iguaçu, apresentam às autoridades e à sociedade paranaense as proposições resultantes da análise das necessidades do sistema prisional e da atuação dos Conselhos da Comunidade do Paraná:

1.     Manifestam sua extrema preocupação com as 24 rebeliões e motins
ocorridos nas unidades do sistema prisional paranaense durante o ano de 2014, que na avaliação dos presentes ao evento tem como causa, entre outras, uma precarização do atendimento aos direitos mais elementares das pessoas privadas de liberdade, como a alimentação na quantidade e qualidade necessárias, o atendimento à saúde, assistência jurídica e o direito a trabalhar e estudar durante o cumprimento da pena.

2.     Que sejam garantidas condições adequadas de trabalho aos agentes penitenciários e a todos os profissionais que atuam no sistema penitenciário, inclusive os conselheiros da comunidade, bem como seja realizado concurso público que permita a adequação do número de agentes penitenciários, assistentes sociais, médicos, enfermeiros, odontólogos, psicólogos, pedagogos, advogados, entre outros, às reais necessidades do sistema penitenciário paranaense.

3.     Recomendamos que seja criada, no âmbito da Administração Pública paranaense, uma Secretaria de Estado dos Assuntos Penitenciários, que conte no mínimo com duas Coordenações de Área: uma encarregada dos programas e projetos relativos à execução da pena em regime fechado e outra com o encargo de responder pelos projetos e programas ligados ao cumprimento das penas em meio aberto, das alternativas penais, da assistência aos egressos e seus familiares, da participação da sociedade na execução penal, entre outros.

4.     Apoiamos a criação de um Conselho Estadual de Participação Social na Execução Penal, reunindo os órgãos governamentais e não governamentais que atuam no campo da execução penal, respeitando a autonomia e o direito à diferença para cada segmento, para um intercâmbio de projetos, programas e intenções desses diversos órgãos, de modo a garantir uma atuação integrada e potencialmente mais eficaz e eficiente neste campo tão importante.

5.     Recomendamos que sejam tomadas providências para diminuir o aprisionamento de mulheres no Estado do Paraná, fazendo-se um levantamento estadual para identificar os casos em cabem a aplicação de benefícios previstos em lei, bem como fazer gestões para que sejam aplicadas as medidas cautelares que releguem a prisão de mulheres apenas para os casos para os quais não haja outra alternativa.

6.     Recomendamos que o(a)s filho(a)s das mulheres privadas de liberdade fiquem com suas mães no interior das penitenciárias apenas durante o período de aleitamento (até 06 meses de idade), evitando-se, dessa forma, que seu direito à liberdade seja violado pelo fato de as crianças permanecerem na Creche da penitenciária enquanto suas mães cumprem pena.

7.     Apoiamos publicamente o Grupo de Diálogo Universidade-Cárcere-Comunidade, como uma metodologia inovadora e humanizante, que vem apresentando resultados excelentes na Comarca de São Paulo, onde vem sendo aplicada por professores e estudantes da Faculdade de Direito da Universidade de  São Paulo (Largo São Francisco), sob liderança do Professor Doutor Alvino Augusto de Sá. Nesse sentido, recomenda-se que essa metodologia seja implantada nas Comarcas do Estado do Paraná.

8.     Recomendamos que sejam tomadas providências para impedir a continuidade da revista vexatória nas unidades prisionais paranaenses, para todas as pessoas, mas especialmente para as mulheres que visitam as pessoas privadas de liberdade.

9.     Manifestam-se claramente contrários à alocação das unidades penitenciárias paranaenses na Secretaria de Estado da Segurança Pública, por entendermos que este campo não guarda relação com as políticas repressivas, mas com aquelas tendentes ao asseguramento dos direitos humanos das pessoas privadas de liberdade.

10.                        Recomenda-se que sejam implantadas políticas públicas setoriais para as pessoas privadas de liberdade, já previstas em Lei (especialmente nos campos da saúde, educação, cultura e formação profissional) e que estas sejam interligadas em rede, de modo a ter seus raios de alcance ampliados e seus resultados potencializados.

11.                        Recomenda-se que os Conselhos da Comunidade, por meio de sua Federação, obtenham assento nos órgãos colegiados ligados à execução da pena em nosso Estado, especialmente no Conselho Penitenciário e no Conselho Permanente de Direitos Humanos do Estado.
12.                        Manifestam o reconhecimento pelo trabalho realizado pela Corregedoria-Geral da Justiça e pelo Centro de Apoio Operacional das Promotorias Criminais, do Júri e de Execuções Penais, no tocante à regulamentação da destinação, aplicação e prestação de contas dos recursos oriundos da prestação pecuniária, bem como a regulamentação da instituição e funcionamento dos Conselhos da Comunidade do Estado do Paraná, principalmente pela forma democrática como as Instruções Normativas foram elaboradas, ouvindo respeitosamente os Conselhos da Comunidade, através da Federação que os representa.

13.                        Manifestam a intenção de continuar avançando na organização, fortalecimento e capacitação dos Conselhos da Comunidade do Estado do Paraná, através da sequencia às capacitações regionais e estaduais nos próximos anos.

Foz do Iguaçu, de 24 a 27 de novembro de 2014.

Eleita diretoria da AASP Brasil

No dia 25 de novembro foi eleita a primeira diretoria da Associação Nacional dos Assistentes Sociais e Psicólogos da Área Sociojurídica – AASP Brasil.
 
A posse dos eleitos ocorreu no dia 8 de dezembro na sede da AASPTJ-SP.
 
Veja a relação dos eleitos: