segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

AASP Brasil participa de reuniões sobre o Depoimento Especial em Brasília

Associação esteve no Conselho Federal de Psicologia e no Conanda para debater decreto que regulamenta a Lei 13.431/2017

A AASP Brasil foi convidada a participar de um Grupo de Trabalho que teve como pauta a minuta de decreto que regulamenta a Lei 13.431/2017 (Depoimento Especial de Crianças e Adolescentes vítimas de violência) apresentada à Comissão Intersetorial do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente). A reunião ocorreu no último dia 6 na sede do Conselho Federal de Psicologia (CFP). Representaram a Associação a presidente, Ana Cláudia Junqueira Burd, e a secretária geral, Maíla Rezende Vilela.

Além da AASP-Brasil, compõem o GT, os representantes do CFP Iolete Ribeiro da Silva e Rafael Menegassi Taniguchi e pela Apsipol (Associação dos Psicólogos da Policia Civil de Santa Catarina), o presidente Renato Weber e a vice-presidente, Danielle Cadan. O GT discutiu o Decreto e elaborou alguns pontos a serem apresentados como contribuições para Comissão Intersetorial propor um substitutivo a ser enviado para o Senado. Assim, ficou agendada uma nova reunião em Brasília para elaborar um documento para a Comissão Intersetorial do Conanda a respeito do Depoimento Especial, assim como a AASP-Brasil foi convidada a participar da reunião da Comissão Intersetorial do Conanda sobre o Decreto no dia 01/03/2018.

Conanda
No dia 7 fomos convidados a participar de uma reunião na CPP (Comissão de Políticas Públicas) do Conanda, também em Brasília. A reunião visava apresentar os pontos trabalhados em 2017 e a ser desenvolvidos pela CPP em 2018. Aproveitou-se para apresentar a urgência da questão do Depoimento Especial e também do Decreto que regulamente a Lei 13.431/2017, que estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência e altera a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, que ainda será publicado.

Assim, a comissão propôs a discussão do depoimento, o que tornou a reunião bastante produtiva. Iolete, representante da CPP pelo CFP fez a leitura da lei e fomos debatendo e explicando para os conselheiros presentes o que a lei desconsidera e qual o impacto para as crianças e adolescentes vítimas.   Maíla abordou sobre os contrapontos do Depoimento Especial, colocou que essa metodologia proposta na lei, e que já vem sendo adotada em vários Tribunais de Justiça do país, é muito peculiar e contraditória, pois ao mesmo tempo em que o sistema que cria a metodologia, amparado no direito da criança e do adolescente, nos direitos humanos, é o mesmo sistema que serve para obrigar a criança a falar, e ainda em alguns estados brasileiros, sem ter o direito de defesa. Após, discutimos o decreto que regulamenta a lei e a importância de tentarmos modificar alguns artigos. Os conselheiros presentes  mostraram-se preocupados com a regulamentação da lei e ficaram de construir uma resolução do Conanda a  respeito da temática. Ana Cláudia também destacou a necessidade de ser verificado o conteúdo das capacitações que estão sendo realizadas no país e ainda a importância da nota técnica do CFP que orienta os psicólogos a não participar do Depoimento Especial como está proposto na lei e questiona os pontos controversos da mesma. Para além do Depoimento Especial, foram discutidas outras pautas da CPP, como a questão dos refugiados, educação e exploração de crianças.

A CPP convidou a AASP Brasil a estar presente na próxima reunião que acontecerá nos dias 20 e 22 de março, para discutir a cartilha dos Parâmetros da Escuta Especializada.


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