Cerimônia
foi marcada por pedidos de respeito à Justiça e defesa dos subsídios dos juízes
Seguindo os discursos dos
tribunais superiores, o Tribunal de Justiça de São Paulo, abriu, na manhã desta
segunda-feira (05/02) o ano judiciário com discursos de respeito à Justiça.
Com a presença de diversas autoridades do país, a corte paulista deu posse ao seu Conselho Superior da Magistratura, eleito em dezembro. Assume a Presidência para o biênio 2018/2019 o desembargador Manoel de Queiroz Pereira Calças. A AASP Brasil acompanhou a cerimônia representada por sua assessoria de comunicação.
Abriu as falas a
desembargadora Silvia Rocha, escolhida como oradora do TJ-SP para a solenidade.
“O Judiciário não esmola respeito e o que lhe é devido não há de ser negado. O
respeito ao Poder Judiciário e às suas decisões a todos interessa, exceto aos
mal intencionados ou à nação em degradação. Enfraquecer o Judiciário é caminho
certo para enfraquecer a segurança jurídica, incentivar a violência e exacerbar
os conflitos e incitar o desrespeito à toda autoridade constituída e à ordem
imposta. Não é esse o nosso caminho nem o nosso destino”, afirmou.
Marcos da Costa, presidente
da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção São Paulo (OAB-SP), também enfatizou o
respeito em seu discurso. “Este será um ano marcante para a nossa Justiça. Ano
que terá o Judiciário como o
verdadeiro e legítimo espaço para julgamentos justos, realizados sob a
convicção e saber de seus doutos magistrados, e não um ano de julgamentos
midiáticos, que promovam declarações antecipadas de culpas, firmadas por mídias
massivas e especulações em redes sociais”, disse. “Confiamos que o Poder
Judiciário será marcado, em 2018, pelo respeito a todos, ciente da
importância das sagradas missões que todos os quadros exercem – magistrados,
membros do Ministério Público e advogados”, completou.
Em
seguida, ouvimos as palavras do procurador-geral de justiça, Gianpaolo Poggio
Smanio. Ele exaltou o Tribunal de Justiça como “o porto seguro para quem
necessita ter seus direitos respeitados” e que, juntamente com o Ministério
Público, “continuará zelando para que a Justiça chegue a todo o Estado”.
Lembrou que a Constituição Federal, conhecida como Constituição Cidadã,
completa 30 anos e que a Justiça prevalecerá apesar de injustos ataques que
venha a sofrer.
“Esta cerimônia, apesar da singeleza de que se
reveste, apresenta-se repleta de significados. Ela se realiza em um momento em
que o país passa por uma crise moral e política sem precedentes. Porém nesta
crise que é basicamente uma crise de
confiança nas pessoas e instituições, a maior Corte do país dá o exemplo
virtuoso de que é possível promover uma transmissão de poder pacífica e
ordeira”, pontuou Enrique Ricardo Lewandowski, representando o Supremo Tribunal
Federal (STF).
Seguindo
o tom das falas precedentes Cauê Macris, deputado estadual pelo PSDB e
presidente da Assembleia Legislativa paulista e o governador do estado Geraldo
Alckmin também reforçaram a importância do respeito à Justiça, da independência
dos três Poderes e do fortalecimento do Judiciário para garantia da democracia.
Por
fim, o presidente empossado, desembargador Manoel Pereira Calças defendeu a
independência do Judiciário para cumprimento de suas funções, sendo que esta
deve ser amparada por três garantias constitucionais: a
vitaliciedade, a inamovibilidade e a irredutibilidade dos subsídios. "É
preciso dizer, em alto e bom som, que as três clássicas prerrogativas
constitucionais da magistratura nacional não foram instituídas e sacralizadas
com o escopo de amparar a pessoa do juiz, mas sim, para proteger e garantir aos
cidadãos que, ao invocarem a garantia da tutela jurisdicional, que o exercício
da função jurisdicional será prestado de forma livre, independente,
desassombrada e sem o temor da interferência ou da pressão de formas econômicas
ou políticas”.
Auxílio-moradia
É claro que a polêmica sobre
o auxílio-moradia recebido por juízes não poderia deixar de ser abordada
durante a posse da nova cúpula da maior corte do país. Em entrevista coletiva
após a cerimônia, Pereira Calças defendeu o subsídio e ainda o classificou como
“pouco”. O referido benefício está previsto na Lei Orgânica da Magistratura,
mas é tido como imoral por boa parte da sociedade brasileira. O desembargador
criticou as reportagens da imprensa que mostram juízes que recebem o auxílio,
hoje no valor de R$ 4,3 mil, mesmo sendo proprietários de imóveis. Chamou esta
situação de “desagradável”, admitindo receber o subsídio mesmo sendo
proprietário de imóveis.
Entidades
oficiam solicitação de audiência
As entidades representativas
dos servidores do TJ-SP, representados pela Federação das Entidades dos
Servidores Públicos do Estado de São Paulo (Fespesp), pretendiam entregar em
mãos ao presidente empossado um ofício reiterando o pedido de que o
desembargador receba as entidades para dar início às negociações da pauta de
reivindicações da categoria. No entanto, o ofício foi recebido e protocolado
pela assessoria da Presidência.
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