Assistente social do nosso Conselho de
Especialistas falou sobre atuação no sociojurídico e depoimento especial de
crianças e adolescentes
Entre os dias 25 e 27 de outubro ocorreu, em Cuiabá, o Primeiro
Congresso Interdisciplinar do Judiciário de Mato Grosso. Este importante evento
foi idealizado em comemoração aos 15 anos de
atuação do Núcleo Psicossocial – NUPS – do Juizado Especial Criminal Unificado
de Cuiabá – Jecrim – e teve por objetivo promover o diálogo e debater
perspectivas da atuação multidisciplinar no Judiciário.
Importantes temas do universo jurídico foram
abordados durante as diversas palestras e mini cursos: “Saúde mental/drogas”,
“violência sexual e doméstica”, “Elaboração de Documentos na área Jurídica – Laudos,
Relatórios e Pareceres”, “Justiça Restaurativa e Círculos de Construção de Paz”,
“Família e sucessões”, entre outros.
“Este congresso será histórico e mostra a sensibilidade
do Judiciário de Mato Grosso, nesta gestão, de perceber que algo precisa ser
feito”, disse Elisabete em entrevista para a TV Jus do TJ-MT (confira aqui).
Nossa especialista foi convidada para a palestra magna
do evento com o tema “A atuação do assistente social e psicólogo no campo
jurídico - Dilemas e desafios”. Abordou as determinações da crise econômica e
política que assola o país e que só agravam a permanente desigualdade social do
Brasil. Apontou que essa desigualdade não é um defeito do capitalismo que aqui
se desenvolveu, mas um resultado do modelo de organização da produção e distribuição
dos frutos do trabalho, portanto sendo necessárias transformações profundas em
nossa sociedade. Mostrou também que um país que tem esse grau de desigualdade
não pode ser um país efetivamente democrático e a tendência nefasta de
judicializar-se todas as expressões da questão social e de criminalização dos
pobres, com os encarceramentos em massa, as internações de adolescentes, os
processos de destituição do pátrio poder de mães usuárias de crack etc. Referiu
com ênfase que o Poder Judiciário tem um papel muito importante na reversão
dessas tendências criminalizantes, mas que ele precisa contar com profissionais
que acumulam saberes; além do saber jurídico que já têm os magistrados, precisa
do saber e da experiência de assistentes sociais e psicólogos, que são os
profissionais que vão subsidiar os magistrados em suas decisões em casos
extremamente complexos. Reafirmou a importância do Poder Judiciário de Mato
Grosso criar os cargos para que deixe de operar com profissionais apenas
credenciados, alternativa que não protege o trabalho desses profissionais e
tampouco traz o acúmulo de conhecimentos que o Tribunal precisa desenvolver.
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