Paulo
Dimas encerra sua gestão sem trazer novidades aos trabalhadores do Judiciário
Representada pela segunda
tesoureira, Fátima Zanoni Mastelini, e pela conselheira fiscal Katiuscia
Pereira, a AASP Brasil participou nesta sexta-feira (01/12) da reunião do presidente
do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Paulo Dimas Mascaretti, com
as entidades representativas dos servidores.
Dimas,
que encerra sua gestão no dia 31 de dezembro, relatou o que foi feito em sua
gestão e informou que será difícil trazer novidades para os servidores nestes
poucos dias que faltam para o fim do ano. Alegou dificuldades financeiras e o
momento de crise do país para não contemplar as reivindicações dos
trabalhadores. Disse também que o TJ-SP está em uma dura negociação com o Banco
do Brasil quanto aos depósitos judiciais. O banco quer reduzir a taxa. “Se
tivermos uma perda na arrecadação, vamos ficar em situação complicada até para
pagar o aluguel”.
As entidades focaram quatro
principais pontos para debater com a Presidência: Complementação da reposição
salarial, majoração do auxílio-saúde, elaboração de Projeto de Lei para
implantar o nível universitário para os escreventes e retomada da mobilização
das entidades e do TJ pela aprovação do PLC 30/2013 na Assembleia Legislativa.
Reposição
salarial
Mais uma vez as entidades as
entidades apontaram a perda salarial acumulada, que chega a mais de 20%,
situação que vem se arrastando desde 2002. A situação pode ficar pior se o
Projeto de Lei 920/17, que propõe a renegociação da dívida do Estado com a União
e congela investimentos por dois anos, for aprovada pela Alesp.
“Se eu pudesse, tinha dado a
reposição para os servidores. Demos o que foi possível. O governador queria que
não déssemos nada. Bancamos a reposição mesmo com o déficit que ficaria no
nosso orçamento”, disse Dimas, que alegou estar tendo dificuldades para
negociar uma suplementação de verbas com o Executivo.
Majoração
do auxílio-saúde
As
entidades reconheceram a importância da majoração já concedida pelo TJ, mas
apontaram que o valor recebido pelos trabalhadores está muito aquém do
necessário. Alegaram também que este é o único auxílio que atinge também os
servidores inativos e que é preciso atender também às necessidades dos
aposentados.
O desembargador disse que
gostaria de atender este pleito, mas que não será possível mais nenhuma despesa
que saia do fundo especial. Disse também que o TJ não esqueceu dos inativos e
que eles foram contemplados quando da extensão do adicional de qualificação.
Nível
universitário
O nível universitário para
os escreventes representaria não só uma melhoria salarial para a categoria como
também traria mais qualidade para o serviço público. No entanto, a Presidência
não vê esta questão como prioritária para o momento. “Já debatemos esta questão
e não acho isto necessário. Os escreventes com nível universitário já estão
contemplados com o adicional de qualificação”, alegou Dimas.
PLC
30/2013
Para o presidente esta é uma
questão encerrada. O TJ não pretende ir à Alesp para retomar este tema. “Não há
clima político para isto. Ir à Alesp neste momento seria sem cabimento. Eu
passaria vergonha”, disse entendendo que o momento de crise econômica pela qual
passa o país seria um obstáculo para a discussão de projetos como este. O PLC
30 dispõe sobre o parcelamento da dívida acumulada pelo Judiciário com seus
servidores em cinco anos, o que dependeria de liberação de verbas do Executivo.
Assistentes
sociais e psicólogos
Dimas falou sobre a
revalorização da gratificação judiciária das duas categorias concedida no mês
de novembro. “Era uma questão de fazer justiça, era uma reivindicação de muito
tempo”, afirmou sobre a reivindicação das equipes técnicas que pleiteavam a
equiparação da gratificação com os trabalhadores da saúde do Tribunal. Alegando
falta de orçamento, o TJ concedeu apenas 60% do valor solicitado, o que na
atual conjuntura, não deixou de ser um grande ganho. Disse que a questão das
chefias, que ficaram de fora do reenquadramento, não havia sido prevista, mas
solicitou à Secretaria de Recursos Humanos que analise esta situação.
O presidente também informou
que pretende até o fim da sua gestão começar a nomear os assistentes sociais e
psicólogos aprovados no último concurso.
Processo
de Remoção
De acordo com o
desembargador, encontra-se em fase de conclusão o Processo de Remoção 2017 e
terá efeito a partir de 5 de fevereiro. Os concursos para assistentes sociais,
psicólogos e escreventes acabaram atrasando os trabalhos da remoção.
Reunião
de transição
As entidades também
solicitaram que assim, como ocorreu na passagem da gestão anterior para a de
Paulo Dimas, que o novo presidente, que será eleito no próximo dia 6, receba as
entidades, juntamente como Dimas, para uma reunião de transição. Assim, o novo
gestor do TJ já poderá inteirar-se das questões de seus trabalhadores.
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